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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

OrrealealengO


carcomio sovadobrioche quiasmodeu

ramassou corrabo

loucamentava incumpriveis promicias

hospideia quitinetencasa quartossala suiterrome

erromeutodomeu

oclusobtusa masbencomida emaculadadeira

teudastava manteudafoi

cespedinua ciprestecolmo dulcedebochavamos

subicumes nimbosemanticos

orgasmabundos

osculorida avidaera encompanhia

damadamavel

hidromantico pancometia rubaisgazeis

tefizaguisadeafiz

corfiel cordialetico assintorneime

porenfindoua felizporneia

defenes trastil cuoremio resderelicta

desquiciado

muimequedou arresvalosa

apequenina coisinhalouca

chamadamor

potrebe quialtera beladona

seusolhoscuros reviramaram

possasser tudopode machadodisse

aververemos ocasoclaro equeamoramei

tequisavera

atiamei

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

a lógica aberta da poesia

Fotoforma de Bruno Urbanavicius, 2006.

a linguagem codifica um conjunto de regras

sistema de trocas entre signos

ela não diz respeito às cosmicoisas do mundo

mas pretende

qualquer obra tem a pretensão de não ser interpretada

a não ser pelos seus próprios jogos

toda arte precisa trazer a crise para o código

potencializar revelar ausências ignotas desvios falhas

na estrutura

abolido bibelô de sonora inanidade

na poesia não há deus nem sujeito

oculto ou enunciado

o poema invoca um dialeto desconhecido para melhor

se perder na linguagem

poesia é a cifrada mensagem que arrebenta o código

interrompendo a série prosaica

assim como a fala arreganha a língua

alimentando mensagem código fala e língua

a arte aumenta a percepção a poesia desdobra

o conhecimento

das palavras

das coisas

do amor

que há

ENTRE


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O banheiro é o bastião da reflexão filosófica


I shall rot the kernel of truth
of that I am sure
divine purpose’s so populated
with superstition’n rumor

Toilet as a stronghold of philosophic reflection

I despised hell and heaven
vomiting their entire bowels
into the toilet of infinite chaos
(harm done by psychoactive wisdom)

I will pay for awesome sins
not through any violence
nor even a Women’s Visionary Council
but by bad karma
that returns to roost

Ain’t nothing to do
except
waiting for it to arrive

Ain’t any better to do but
open up
a can of whoopass for you and me

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O banheiro é o bastião da reflexão filosófica

Vou corromper a essência da verdade
disso estou certo e seguro
divinos desígnios são por demais populados
de superstição e rumor

Desprezei céus e infernos
vomitando suas tripas
na privada do infinito caos
(seqüelas de sabedoria psicoativa)

Pagarei por horrendos pecados
não pela violência
nem por um Conselho das Mulheres Visionárias
mas pelo mau karma
que retorna e manda

Nada a fazer a não ser
esperar
que chegue

Nada melhor do que
abrir
uma caixa de infortúnios pra você e eu

sábado, 12 de dezembro de 2009

Feriados não deveriam cair no Domingo




sem acostamento

a vida parece fluir como uma paisagem

rápida e eficiente

tudo meio que já acontece sendo passado

a noite non-stop o inverno quente a morte

24/24

o planeta precisa de uma boa depressão

sei lá

tipo tirar um ano sabático

mundial

galáctico

cósmico

o presente está tão rápido que esbarra

no futuro

quem ganha tempo faz do tempo

mercadoria

quem mata tempo fere a vida

desatento

o mar precisa de um bom banho os rios de um lago

as cidades não conseguem dormir

o tempo virá resgatar a surpresa

dos segredos da infância

pausar não é parar

queria viver 120 anos

mas às vezes não sei o que fazer numa tarde

de domingo

sábado, 5 de dezembro de 2009

as mulheres vão aonde os homens não entram: o próprio corpo


você produz profecias como quem anda

no fio do serrote

o que faria hoje com a sua morta biografia

transgressora?

tão flébil, tão engasgada de melancolia fértil

totalmente gesto

integralmente grito

a matéria não seria coisíssima nenhuma

sem o desejo

o seu desejo me agride com grosserias

você é tão passional que a tinta com que escrevo

sangra

você não me dá tempo para o sangue

secar

parece que sou um canalha ou que fui um covarde

enquanto você queima em praça pública

para me aquecer

você fala demais, deixa abertas todas as possibilidades

muda de freqüência, descreve detalhes vergonhosos

dirige o seu carro de vidros escuros como louca

para o abismo

você permanece insuportável e me deixa confuso

em supor que mente o dito no vivido e vice-versa

ou quando diz que as deusas são biscates

você me deixa excitado com o ridículo e me comove

com o desprezível

você me sacode de pavor e delírio

e nunca cai

não por inteiro

mas por não ter um norte, um porto seguro

não ter chão deve ser um incômodo para todos

menos para você

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

canção sangue-bom de asa rimada


eu canto porque a canção é tudo
não sou alegre nem triste
num dia estou certo, noutro mudo
só o instante existe

desmorono se edifico
sinto gozo e tormento
não sei se fujo ou fico
passo dia, noite, vento

sei que o meu sangue
é quente, encarnado
meu lugar o mangue
o nunca encontrado

no vento eu nuvem
passo
canto a luz, na treva
desfaço