Fotoforma de Bruno Urbanavicius, 2006.
a linguagem codifica um conjunto de regras
sistema de trocas entre signos
ela não diz respeito às cosmicoisas do mundo
mas pretende
qualquer obra tem a pretensão de não ser interpretada
a não ser pelos seus próprios jogos
toda arte precisa trazer a crise para o código
potencializar revelar ausências ignotas desvios falhas
na estrutura
abolido bibelô de sonora inanidade
na poesia não há deus nem sujeito
oculto ou enunciado
o poema invoca um dialeto desconhecido para melhor
se perder na linguagem
poesia é a cifrada mensagem que arrebenta o código
interrompendo a série prosaica
assim como a fala arreganha a língua
alimentando mensagem código fala e língua
a arte aumenta a percepção a poesia desdobra
o conhecimento
das palavras
das coisas
do amor
que há
ENTRE
domingo, 20 de dezembro de 2009
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