o verão chega e estou
atrasado
sem ar para as comemorações
cruas
a vida pesa a soma dos meses
perdidos
mudo movimento das nuvens
embaixo
de um céu demasiado
azul
uma claridade chispa
sem chuva
sem música
vento virando
no porto intangível o poema desperdiça
domingos
manhãs tristes carinhos
a escrita
é um capitão raivoso
a doce inutilidade de morrer
na praia
sábado, 4 de dezembro de 2010
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