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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

OrrealealengO


carcomio sovadobrioche quiasmodeu

ramassou corrabo

loucamentava incumpriveis promicias

hospideia quitinetencasa quartossala suiterrome

erromeutodomeu

oclusobtusa masbencomida emaculadadeira

teudastava manteudafoi

cespedinua ciprestecolmo dulcedebochavamos

subicumes nimbosemanticos

orgasmabundos

osculorida avidaera encompanhia

damadamavel

hidromantico pancometia rubaisgazeis

tefizaguisadeafiz

corfiel cordialetico assintorneime

porenfindoua felizporneia

defenes trastil cuoremio resderelicta

desquiciado

muimequedou arresvalosa

apequenina coisinhalouca

chamadamor

potrebe quialtera beladona

seusolhoscuros reviramaram

possasser tudopode machadodisse

aververemos ocasoclaro equeamoramei

tequisavera

atiamei

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

domingo, 20 de dezembro de 2009

a lógica aberta da poesia

Fotoforma de Bruno Urbanavicius, 2006.

a linguagem codifica um conjunto de regras

sistema de trocas entre signos

ela não diz respeito às cosmicoisas do mundo

mas pretende

qualquer obra tem a pretensão de não ser interpretada

a não ser pelos seus próprios jogos

toda arte precisa trazer a crise para o código

potencializar revelar ausências ignotas desvios falhas

na estrutura

abolido bibelô de sonora inanidade

na poesia não há deus nem sujeito

oculto ou enunciado

o poema invoca um dialeto desconhecido para melhor

se perder na linguagem

poesia é a cifrada mensagem que arrebenta o código

interrompendo a série prosaica

assim como a fala arreganha a língua

alimentando mensagem código fala e língua

a arte aumenta a percepção a poesia desdobra

o conhecimento

das palavras

das coisas

do amor

que há

ENTRE


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O banheiro é o bastião da reflexão filosófica


I shall rot the kernel of truth
of that I am sure
divine purpose’s so populated
with superstition’n rumor

Toilet as a stronghold of philosophic reflection

I despised hell and heaven
vomiting their entire bowels
into the toilet of infinite chaos
(harm done by psychoactive wisdom)

I will pay for awesome sins
not through any violence
nor even a Women’s Visionary Council
but by bad karma
that returns to roost

Ain’t nothing to do
except
waiting for it to arrive

Ain’t any better to do but
open up
a can of whoopass for you and me

-----------------------------------
O banheiro é o bastião da reflexão filosófica

Vou corromper a essência da verdade
disso estou certo e seguro
divinos desígnios são por demais populados
de superstição e rumor

Desprezei céus e infernos
vomitando suas tripas
na privada do infinito caos
(seqüelas de sabedoria psicoativa)

Pagarei por horrendos pecados
não pela violência
nem por um Conselho das Mulheres Visionárias
mas pelo mau karma
que retorna e manda

Nada a fazer a não ser
esperar
que chegue

Nada melhor do que
abrir
uma caixa de infortúnios pra você e eu

sábado, 12 de dezembro de 2009

Feriados não deveriam cair no Domingo




sem acostamento

a vida parece fluir como uma paisagem

rápida e eficiente

tudo meio que já acontece sendo passado

a noite non-stop o inverno quente a morte

24/24

o planeta precisa de uma boa depressão

sei lá

tipo tirar um ano sabático

mundial

galáctico

cósmico

o presente está tão rápido que esbarra

no futuro

quem ganha tempo faz do tempo

mercadoria

quem mata tempo fere a vida

desatento

o mar precisa de um bom banho os rios de um lago

as cidades não conseguem dormir

o tempo virá resgatar a surpresa

dos segredos da infância

pausar não é parar

queria viver 120 anos

mas às vezes não sei o que fazer numa tarde

de domingo

sábado, 5 de dezembro de 2009

as mulheres vão aonde os homens não entram: o próprio corpo


você produz profecias como quem anda

no fio do serrote

o que faria hoje com a sua morta biografia

transgressora?

tão flébil, tão engasgada de melancolia fértil

totalmente gesto

integralmente grito

a matéria não seria coisíssima nenhuma

sem o desejo

o seu desejo me agride com grosserias

você é tão passional que a tinta com que escrevo

sangra

você não me dá tempo para o sangue

secar

parece que sou um canalha ou que fui um covarde

enquanto você queima em praça pública

para me aquecer

você fala demais, deixa abertas todas as possibilidades

muda de freqüência, descreve detalhes vergonhosos

dirige o seu carro de vidros escuros como louca

para o abismo

você permanece insuportável e me deixa confuso

em supor que mente o dito no vivido e vice-versa

ou quando diz que as deusas são biscates

você me deixa excitado com o ridículo e me comove

com o desprezível

você me sacode de pavor e delírio

e nunca cai

não por inteiro

mas por não ter um norte, um porto seguro

não ter chão deve ser um incômodo para todos

menos para você

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

canção sangue-bom de asa rimada


eu canto porque a canção é tudo
não sou alegre nem triste
num dia estou certo, noutro mudo
só o instante existe

desmorono se edifico
sinto gozo e tormento
não sei se fujo ou fico
passo dia, noite, vento

sei que o meu sangue
é quente, encarnado
meu lugar o mangue
o nunca encontrado

no vento eu nuvem
passo
canto a luz, na treva
desfaço

domingo, 29 de novembro de 2009

Haikaí, ai-ai



quem caiu fui eu
meu mundo fez plof!
vaidade, moral
tudim, levou chão

híbris & em pós
nêmesis, pois é:
quem os deuses tão
maldiz, sete nós

ganha, gel anti
germe, gaze e
molho forçado
ponto-falso, ui!

Que lindo
Capacete de pena
Que tem a
Cabocla Jurema

(que las hay, las hay)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

emma thomas




até que seria fácil ser um grande canalha
mas sempre seria preciso
ser grande
ser irmão e irmã adotar gatos fazer versos
isso sim
são coisas grandes demais
querida Sissi desista
de saber si
ou de querer esclarecer
como é e como foi pra mamãe
(Mystérios Gozozos)
funke-se quem puder
baby
deixe-a perder a mente
e virar bicho e voltar a ter cheiros fortes
e novos
e só lembrar do mais simples dos antigos
jogos
porque se é bicho também tem aquela máquina
de lembrar e esquecer fantasmas
afinal foi você mesma que disse
que nunca vou poder parar
de fugir
e me explicou que a fuga é uma arte
de parir umbigos
voa quem puxar por eles e sair do chão
uma vez que quem sonha que voa
está com medo (dos vivos)
e que é por isso que me perco e acerco do centro
em deslocamento
como é certo que todo aquele que aceita dormir
no teu sexo-restaurante
deve ser íntima
vítima da própria verdade
e mesmo que não fosse assim me diga
¿como poderia saber que jamais
em ti
ia encontrar paz
e seguiria assim
andariego
?
sou sempre precário sempre esboço
somente um moço
de recados
esforçado
boçal
e

domingo, 22 de novembro de 2009

ligo louco só pra ouvir a voz dela (homenagem ao poeta Gregório Delgado)

Os Mil Braços da Deusa da Misericórdia

não preciso do dinheiro
me fodo sozinho sei
amolar meio mundo mídia
vesgo vago meu amor via

somos parecidos desiguais
desejo beijo da lôca
doenteucorpoemeu
de amor incompleto
sofronésis sofroeu

CORPOTEU
POEMATEU
SOLIDÃO SE NOTA


grita o gregório
delgado pai de deus
(como pôde simplesmente assim ir
se quem criou)

fui eu(s)?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

você tem razão


eu olho
que tu vejas
onde ele
déja viu

iconoclássica bobagem de quem não tem
cem paus
bilhete único, vale-transporte ou a grana
do busão

o microvestido causa tremendo
rebuliço
agora escrevo o amanhã que já não sei
se há
se houve, se haveria e se será
à vera

ao ir-me indo vou
pasmo
porque o tesão não acha mais a carne, a rima
& a solução

tomo o elevador visionário (do shopping)
parei
de parar, de balançar cem mil vezes o barco
bêbado
da paixão em bicas jorrando ao céu
seus rufos

de que adianta construir pontes entre
os mistérios
e seguir caminhamando
sem sustos?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

o perfume tragicômico da carne



ah, minh’alma mal
acabada
sombra de um maldormido
sonho
por fora risonha e branca
trágica e vermelha
por dentro

ah, minha terra querida
nação moribunda
como é poética a imagem do moço
encontrado
morto dentro do carrinho
de supermercado

quanto vale, ou é por quilo?

amigos, que graça nascer no desespero resignado
de resignação desesperada
aqui o sol não morre nunca
nem nasce o mar sem plumas
berço e tumba
da nossa vergonha (coberta de asas)
libidinal nudez

ah, que idiota sou
compondo versos de água
elegias da neblina
elogios ao rio escuro de água
dormente
esse rio de noites estreladas
e águas cobertas de luar
e cadáveres desovados

meu canto é café coado
na calcinha
canto a luz do céu
de Suely
este meu coração funâmbulo
que desliza por rios
de matéria choca
que sofre e sonha e reza
para formas espectrais

a imperfeição de que tudo é feito
é o que o teu corpo solidário
derrama em mim
nas coisas
por que
passa

pois igual às perifas e favelas
morros, quebradas e montes aprazíveis
da minha terra
me sinto irmão dos que estão vivos
e dos mortos
órfão

humano só sou na dor

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Dasdoida na câmara municipal



comemorando dia internacional da saúde mental

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

um Vietnã e meio por ano


os meninos estão raivosos
na correria, crescendo, matando
e são filhos meus seus nossos
os carros são furiosos e velozes


Malcolm X, gandola, tênis de basquete
DJ no prato, puxa o sample, faz o scratch
Wu-Tang Clan, Marvin Gaye, 2Pac, Sabotage
CGezinha, 765, AK
47


as meninas viram top
models, poetas
mulher-placa, vampiras lésbicas, operadoras
de telemarketing
calça popozuda, progressiva, Queen
Latifah, gloss


as bombas de fragmentação soltam
pedacinhos
os meninos lá, só filmando
o abismo
os meninos do vapor, tropeçando
no muro
e o que eles não aceitam é tomar no cu
sozinhos

não querem mais
pagar a fatura
se foderem amplo, irrestrito
e geral
na fratura do apartheid
social

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

A MÃO DIREITA DO CANHOTO

de esquerda é o burguês culpado
de direita, o burguês ressentido


de esquerda é quem persiste na distinção esquerda/direita
de direita são os que a crêem superada


de esquerda é quem vive no futuro
de direita, quem conjuga o futuro do pretérito


de esquerda é acreditar no Homem
de direita, se proteger da besta-fera


de esquerda é confiar no Estado
de direita, mantê-lo sob controle


de esquerda é querer mudar a História
de direita, reescrevê-la


de esquerda é desejar o progresso
de direita, pô-lo a serviço da tradição


de esquerda é o público gerindo o privado
de direita é, privadamente, digerir o público


de esquerda é o materialista nas idéias e idealista nas ações
de direita é o pragmático do espírito


de esquerda é quem se assume cristão na velhice
de direita, os nostálgicos de uma idade de ouro clássica


mas quando a coisa aperta pra valer,
mão direita e mão esquerda se juntam
e rezam

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

o Abismo e seu Cavaleiro

Conta a lenda que um cavaleiro forte, alto e pouco experiente, a quem chamavam Ferrabraz, por motivos de honra virou noivo de uma donzela que nem conhecia. A família exigia que o casamento acontecesse imediatamente, pois em outra coisa não pensava Focaccia, a princesa.

No caminho do castelo de Payan ele encontrou uma linda feiticeira que lhe revelou que a noiva era feia como a necessidade e chata como uma mula empacada. Nela o cavaleiro não acreditou e, assim, a bruxa o lacrou com um tipo de feitiço embutido numa macumba.

De tudo a bruaca o ameaçou; a felicidade ao lado dela lhe prometia, fama, glória e dinheiro na caixinha. Vendo que debalde lançava rogos e pragas, a bela wicca o transformou em sapo sem respeito, de barriga laranja e fios de cabelo grossos como minhocas.

Cansada de esperar o cavaleiro que tardava, Focaccia em abismo se transformou e a engolir toda a maldade, orgulho e tontice do sapo principiou. Lá-lá-lá-ló-lú-lex-lá-lí. E Ferrabraz o Cavaleiro do Abismo se tornou.


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

o pronto instante

A mulher do brâmane que trazia as frescas águas do riacho entre as mãos numa esfera de cristal, o santo cuja água podia acender lamparinas, o vidente cujo lapso de memória é o sopro divino, o verdadeiro paranóico para quem tudo se organiza em esferas aconchegantes ou ameaçadoras em torno da pulsação central de si próprio, o sonhador cujos jogos de palavras exploram fétidos poços e túneis de antigas verdades, todos eles agem essencialmente em função da relevância da palavra, ou daquilo que a palavra, como um anteparo, está ali para nos proteger. O Verbo é um símbolo e um prazer que suga os homens e as cenas, árvores, plantas, fábricas e chineses. Depois, a Coisa se torna o Verbo e volta a ser a Coisa, viva como a carne da ferida do mendigo, mas deformada e entrelaçada num padrão fantástico.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

opções de etiquetas adesivas DD




estou fazendo a cotação de etiquetas adesivas em papel formato L=5xH=3cm.
Tomei a liberdade de fazer uns leiautes para a etiqueta adesiva da DD.
vejam se vocês gostam de alguma.




segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A força dos abraços...


Dizem que uma pessoa que é querida por todos e recebe muitos abraços diários é + feliz....vcs acreditam nisso? O n° ao certo eu não me lembro + existem adeptos da terapia do abraço que são consolados e confortados com um abraço sincero....

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

AVIFLORA & RIZOFAUNA


― Vó, quer ouvir uma história? Eu leio pra você...

― História do quê?

― Do meu livro, é a lenda de Oxum.

― Xum, é?... menina boba que é você Adelaide, quem deixou você ler esses montes de história de catimbó?

― Meu nome é Talita, vó... que que é catimbó?

― Não sou sua avó, menina, pensa que ainda me engana Duda, você estuda comigo no Des Oiseaux...

― Claro que você é minha avó, a senhora é mãe da mamãe. Você está com a memória fraca, a Dinda que me contou...

― Que Dinda, que memória o quê... em vez de ler bestagem, você devia era se agarrar ao catecismo. As crianças de hoje não têm respeito, só falam asneira.

― Vó, pra quê esse espinho? Onde arranjou ele?

― Pára com esse vó, vó, vó, nem te conheço pirralha! Isso aqui é pra matar formiga, uma espetada, assim, e pronto, menos uma pra aporrinhar...

― ...e por quê a senhora não gosta delas?

― Sabe de onde veio o espinho dona perguntadora?, pois bem, arranquei ele do tronco da barriguda que tem lá na praça... não sabe o que é?, pois é uma árvore que protegeu a Sagrada Família quando fugia para o Egito, os soldados estavam perto e Deus mandou ela se abrir pra esconder o Menino Jesus lá dentro. E por isso ela ficou barriguda e cheia de espinhos.

― Muito dez essa história! Só que... a gente não devia atazanar as coitadinhas das formigas, elas não fazem mal ninguém...

― Você que pensa, esses bichos são odientos que nem gente, ruins como aquela coruja que fica lá me olhando o dia todo. Ói lá ela, não sai do meu pé, a sarna...

― Aquela é a Dona Zulmira, mamãe chamou ela pra cuidar da senhora, porque a senhora é velhinha e precisa de ajuda.

― Quanta parvoíce! Sua mãe paga ela é pra cuidar de você, guria, ela sai pra trabalhar, não sai?, então?, eu não preciso de babá nenhuma... onde já se viu?!

― Foi a mamãe que falou...

― A Dinda disse, a mamãe falou... que criança mais quezilenta. Dá nisso: as mulheres agora têm filhos pros outros criarem, o mundo está todo virado mesmo.

― Ih, vó, aquela ali está se mexendo, tadinha, deve estar doendo...

― Dói nada, só dói em quem tem alma.

― Vó, o que é a alma?

― A alma Deus dá pra quem tem compaixão pelos outros, essas formigas aí, mais vermelhas, as grandonas de queixada grande, são umas desalmadas, elas são escravagistas...

― O que é isso?...

― Tenho que explicar tudo, é? A rainha das malvadas entra no formigueiro, mata a rainha das pequenas e esfrega os pedaços da morta no corpo dela e das outras para o cheiro ficar igual, daí o formigueiro todo vira escravo das malandronas para o resto da vida sem saber de nada.

― Elas podem até cheirar igual, mas são bem diferentes... as pequenininhas não vêem que estão sendo enganadas?

― Não, as formigas são quase cegas.

― ... vó, existe gente escravatista?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A Estratégia do Vírus



Ela começa pela memória recente, cousas lidas e ouvidas, biblioteca rápida de notícias, curiosidades recentes e corriqueiras ― a inesgotável ganga de faits divers que se adere à falta de assunto ―, mas, logo, mais séria, emendou: não existe profundidade, o que há é uma infinidade de camadas, superfícies derrotadas como cascas de cebola. De modo a liquidar eventuais dúvidas, tirou a blusa exibindo uma curiosa tatuagem, um colibri e um lagarto lascivamente enrodilhados, que lhe desciam do pescoço para o flanco direito. Jogada no espaldar da cadeira, a blusa lá ficou.

Nocaute no primeiro golpe, acusei, este é o risco de enfrentar uma peso-pesado. Homens são incapazes de gerenciar simultaneamente tesão e raciocínio ― falha na barra multi-task, alega o fabricante. Cocei a ponta da orelha para ganhar tempo (um dos meus muitos tiques), buscando a guarda para provocar o clinch, tentando cozinhar o galo até soar o gongo. Com o resto de compostura que me sobrou, respondi que os homens enxergam ao longe e as mulheres são mestras nas curtas distâncias; afinal de contas, preciso lembrá-la quem está pagando a brincadeira.

Vocês vêem as grandes coisas, as mulheres vemos só as pequenas; mas olhamos dentro delas. Não deixa de ser um tipo de compensação pela pequena história de infâmias a que fomos confinadas. Calou-se. Repetiu a operação anterior com a calça. O mundo da narrativa pousou ali entre nós, deslizou as mãos destras e caprichosas pelo cinto de couro, detendo-se na fivela dourada; criando uma falsa expectativa, já que o cinto não a sustentava. Falo da calça saruel que ela vestia, dos movimentos solenes de quem manuseia relíquias, a densidade oculta do corpo a arrastar cios e sinais.

Nisso você está certa, concordei protestando, essa miopia está na base de um certo imediatismo feminino; um manual prático da existência onde tudo se explica por circunstâncias, minúcias e defeitos morais. Fazia que nem ligava para as notas, depositadas uma a uma no criado mudo, embora a dificuldade em se livrar de uma série de alças e faixas denunciasse algum embaraço. Agora era eu que procedia com vagar, aos poucos, gota a gota, sorvendo a beleza na língua, retendo no espírito cada detalhe da devoração. Cabelos presos, pingentes, lingerie e sapatos de salto agulha.

As aventuras, as desmesuras, as ousadias da excitação que antecipa acontecimentos, páginas roubadas pela pressa de se saber o fim. Dissimuladas delícias. Você nunca pensou estar aqui no meu lugar, inverter os sinais? Pra quê?, rebate agressiva, a cada manhã perco a obra noturna, se fui tigre na experiência vivida e quero retê-lo, sobra apenas um rabo de gato. Se um dia sonhei com você, diz enquanto solta a piranha do coque, já passou... Os brincos tinham ido parar no toucador sem que me houvesse dado conta do gesto que os arrancou.

Bem, são taras diferentes, é certo, meu negócio é poder, o seu é dinheiro; a mim interessa a vã glória de mandar, a você, o lucro duvidoso de se dar. Quem poderá saber qual de nós anda menos iludido? Quando sobrevier a melancolia do repouso, quem estará mais órfão, a raposa ou o ouriço? O bustiê foi caindo com um traçado perverso, teimando em se agarrar aos bicos estrábicos dos peitos-canoinha. Assim, vai, perdura essa pena renovada, quero a acritude do ato consumado; as franjas e babados onde aspiro teus fluidos são restos de esquecimento que o despertar teceu para mim.

Mandar, desmandar, transitórios são os ensinamentos sobre o ódio, tão breves são os silêncios da morte... Os vírus anunciam que há uma epidemia de gente, que podemos levar tudo para o grau do inanimado (onde eles transitam de zero a legião), que falta água, que a Gaia faltam tetas para tantos humanos. Predadores no topo da cadeia alimentar, aquecimentos globais pré-históricos, trilobitas (!?) extintos em massa há 250 milhões de anos, etc., de tudo me acusou; do mais importante, porém, ela se desembaraçou em pé: uma dobrada de perna, uma puxada com três dedos e... calcinha no chão. Profissa.

Mais do que tudo, acompanhei os olhares, a palavra que estremece; confidências furtivas dos inconfessáveis informes, imagens não-visuais reveladas no jogo muscular, nos ardis de fera acuada. Fiz este único reparo: por isso é que desconfio da metafísica, essa doença da palavra, ninho de canalhas e poetas, refúgio do pensamento que não sobrevive sem o sagrado. Como os vírus, a linguagem é um código que parasita outros códigos; de repente, acorda de latências seculares, reproduzindo de contrabando sua criptografia invasora. Só podemos esperar que o dia desfaça o que foi capturado pelo trabalho da noite: a vida é um programa muito mais amplo, uma língua maior que a linguagem. Caminhava confiante pelo quarto, a danada insistia em não tirar os sapatos. Tlec, tlec, tlec, tlec, tlec.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Erva do Cheiro


.o cheiro do rabo
O olho não enxerga tudo que já viu
a perna não se articula.com
o corpo mítico do Pai
frag-mentado
o(s) sentido(s) do mundo(s)
não está pronto o PHÁRMAKON (veneno-remédio)
bocas, vulvas
surgem em alguns frames com uma concretude
escultórica

O GIGANTE DEITADO

a erva do ralo
a merda os tons marrons
a grana o rolo a bunda os sótons
a putaria a bandalheira
organizada na forma
de instabilidade
um modo de ser vida e morte
em constante permuta
ora signo
ora peso
ora grito

DIÁSPORA POÉTICA: NÃO SE DEVE CORTAR OS PÉS DO RATO

o sonho
segredo que conta
histórias

o horror cria segredos
para silenciar
a história

SUPORTAR AS ANARQUIAS DO AMOR E DA SORTE

o cheiro do rato
como conviver com o rato?
Esse rato nasceu do amor
veio do entrenós
parido no entretempo
terceiro
gerado no hálito humor
de álgidos túmulos

TERMINABILIDADE DO ENTE PRIMORDIAL

a concepçãO
loucura.com.br
problemas do Brasil-problemão:
a folia é um interesse econômico
uma habilidade social
enlouquecer como estratégia
de cura
para a normalidade absurda
[do mal]

DISCIPLINA AMPLECTIVA DO AFETO, A TECNOLOGIA CORPORAL DO NÔMADE

O MAL não é substância
mas relação
cediça

amor é despojamento
combustão espontânea pornográfica
do interstício
físico-simbólico

por mais desejo que haja na matéria
resta (o extemporâneo)
nos imprevistos da fatura
Eu-Mãe-Mundo

amar é trair
pátria, família, propriedade
trair o objeto do amor
trair o amor em si

segunda-feira, 20 de julho de 2009

(às vezes) não consigo deixar de responder a um cínico


O Sr. Ferreira Gullar, poeta e opinador de ofício, para o bem e para o mal, tornou-se um interlocutor da questão manicomial; se movido pela sua condição, corajosamente assumida diga-se, de pai de dois psicóticos, ou por suas ambíguas relações com figuras ― estas sim ― de relevo que trabalharam na junção arte/loucura como Nise da Silveira e Lygia Clark, resta por esclarecer. A luta antimanicomial não é, e nem foi, feita por ingênuos movidos por boas intenções; é antes uma das vertentes do movimento de afirmação do direito à diferença de minorias e, mais importante, uma luta pelo reconhecimento da plenitude dos direitos civis destas no âmbito das modernas democracias. Ao contrário do que afirma o nosso Simão Bacamarte das letras, o cérebro não adoece como o coração e os rins, pelo simples fato de ser um órgão muito mais plástico e, digamos, “sob medida” que os outros. Exemplos: se me torno pianista, meu cérebro aumenta a área sensitiva e motora que representa as mãos; dois gêmeos idênticos possuem configurações cerebrais distintas, mas corações e rins iguais. Falta-lhe um curso de medicina para saber disto, Sr. Gullar, como para saber que o fato de haver genes envolvidos na esquizofrenia não faz dela uma “doença hereditária” e ponto. Genes têm complexas interações com o meio; na mesma carga genética, um ambiente favorável pode gerar um gênio e um desfavorável um louco, ou, combinações variáveis de ambos ― o citado Emygdio de Barros ilustra bem esta situação. Alas psiquiátricas integradas aos hospitais gerais são realidade há muito tempo em países atrasados como a Inglaterra e a França, não “hospitais psiquiátricos secretos”. Duvido que o colunista desconheça este fato. Internações fazem parte da biografia da maioria dos chamados loucos, são situações de exceção, necessárias e problemáticas, pois que devem servir para proteger o portador e o seu meio. Torná-las o mais breve e menos traumáticas que for possível é uma discussão necessária. Um fato: “loucos” não cometem mais crimes ou atos violentos que os “normais”; o problema mesmo é que eles incomodam um bocado.

As tartarugas....


As tartarugas são animais lindos em extinsão...na terra tem os que são preservadores da espécie ...entre eles eu + os predadores são inumeros inclusive o Homem...
Eles tem inúmeros argumentos que não vem ao caso ...eu tenho um só para mantê-los vivos eles fazem parte da fauna marítima e do me3io que equilibra o universo...vamos pensar nisso pelo menos...

domingo, 19 de julho de 2009

women 'is' losers


A feminilidade foi construída, ao menos no que tange ao mundo ocidental, como um rébus, uma metáfora da sexualidade ― e é neste sentido que considero a psicanálise o procedimento desmetaforizante do feminino por excelência: nascida desta cultura, reabre nela o caminho que vai do sexual ao sagrado e, portanto, ao poder. Conhecemos outros constructos envoltos em brumas, marcados pelo enigma: a Lei, a forma-mercadoria e, de forma geral, todos os modos de legitimação da ordem estabelecida. A minha hipótese repousa na constatação de que esta não é uma associação fortuita, o repúdio à feminilidade tem a opacidade e a permanência das coisas que escapam à influência da crítica culturalista, é conseqüência de uma opção repressora no processo civilizatório, em particular daquele que se configura a partir do monoteísmo e atinge sua maturidade e plena eficiência na civilização capitalista.

A idéia de um estágio matriarcal, ou de direito materno (Mutterrecht), antecedendo ao sistema patriarcal encontra-se hoje francamente desautorizada frente ao registro histórico disponível[i]. Não seriam aplicáveis nem termos como transição, evolução ou recalcamento: a distopia social da mulher é produzida precocemente no processo civilizatório, ou antes, confunde-se com ele. Mesmo no ocidente moderno, que tanto se vangloria das conquistas de direitos privados e públicos, uma relativa isonomia entre os gêneros foi e continua sendo exceção, anomalia restrita a períodos que associaram a acumulação de capital a uma extraordinária sofisticação intelectual[ii].

Se há uma gênese para o fenômeno, esta tem de ser procurada em estado nascente no estabelecimento do contrato social. Os laços sociais, que tão pouco têm de contratual, se constituem nos e pelos discursos que atravessam o espaço comunitário a partir da definição de um principium divisionis; este, submete tanto o mundo natural como o universo social e os códigos neles circulantes a uma partição lógico-política. Não existe formação social, por mais incipiente que seja o seu aparelhamento burocrático, que desconheça critérios de inclusão/exclusão, grupos ou categorias dominantes e dominadas, em que a feminilidade não advenha como um segundo sexo, modelo, aí sim primordial, da construção do Outro antropológico[iii].

O que me leva a uma crua constatação: a crer no que se conhece acerca dos povos sem história, a mulher sai do estado de natureza na qualidade de mercadoria. Não se trata, ao menos a princípio, da condição servil ou de escravidão, mas certamente ela comparece como um bem artificialmente rarefeito e precioso[iv]. Desapropriada de si mesma em benefício da gens no processo de aliança, a mulher passa a ser regida pela ordem econômica, distribuída segundo as regras desta última, revelando, sob a fachada das regras de filiação, os alicerces de um sistema de direitos de propriedade.

Tal como na lição marxista ortodoxa, a mulher/mercadoria, ao circular, se converte em referencial geral pois uma mulher se troca por outra. Dito de outra forma, o mistério da mercadoria e o hieróglifo social da feminilidade visam elidir o mesmo fato: a troca que associa, já traz, ainda que em germe, o incômodo do privilégio, a dominação e a necessidade do seu ocultamento[v]. Instaurando-se um regime de trocas (pessoas, bens e palavras) é necessário que a troca em si seja investida como um aí-desde-sempre, dimensão mítica e extra-temporal que lhe permita situar-se fora daquilo que é efetivamente trocado[vi]. O que na troca deve permanecer velado é o arbitrário do seu fundamento, a marca simbolizante, que faz existir o que não existe, dando-se in absentia. Daí a necessidade da metáfora religiosa, da consagração de um espaço/tempo fundante em que o feminino é sagrado e tabu*.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Estar entre vós


Está é uma típica postagem de quem ama estar vivo e entre os amigos. Não parece mas no longo de minha vida eu fiz mais amigos do que inimigos .Mas eu não sei quem foi o engraçadinhoª que espalhou que eu faço mal as pessoas que são minhas amigas e todas se afastaram de mim por um motivo ou outro. Eu tenho sentimentos sinceros e desejos constantes que todos fiquem bem....por isso deixo um abraço a todos que me conheçam e que tenha saudades de mim....

sábado, 11 de julho de 2009

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O OVO CÓSMICO


A oitenta quilômetros por hora, o impacto faz da superfície do mar uma crosta de pedras. E esta foi só a primeira descoberta do dia. Daí veio a mega-vaca, o tranco daquela catedral de água desabando em cima de mim ― uma sensação igual a nada que já tivesse experimentado antes. Dezoito metros. A onda fechou as mandíbulas de cristal bem nas minhas costas; por um segundo cheguei a ouvir o rugido dela quebrando e em seguida o silêncio me engoliu. Comparar com uma queda livre ou com a ausência de gravidade é pouco: até porque nessas paradas radicais há um certo consolo, já que os movimentos, ainda que sujeitos a condições especiais e adrenalizados pelo perigo, seguem obedientes à nossa vontade. Neste exato momento, apesar do risco físico extremo em que me encontro, não posso fazer absolutamente nada.

“Não é fácil renunciar por inteiro ao controle se estamos acordados”. Foi o sentido das palavras que consegui entender da minha amiga tahitiana, anteontem, diante do meu mapa astral; ela me explicou também que estou atravessando uma fase chamada de Retorno de Saturno. Mas eu não deveria pensar nisso agora. Aliás, o ideal mesmo é não focar o pensamento, apenas aceitar o instante que se apresenta; sem raiva e sem apego, como aprendi na meditação. Aprendi muita coisa viajando, deu pra conhecer uma pá de gente incrível em dez anos de circuito. Tenho vinte e nove anos e, até há menos de um minuto atrás, estava sobre a minha prancha e o meu corpo me pertencia ― não era esse boneco de pano que está sendo furiosamente sacudido, girado em todos os sentidos até perder todo o senso de direção e posição.

O colete salva-vidas foi arrancado e o meu pé acertou a testa com toda a força; então, o pânico passou e, como se fosse um programa automático, entraram em ação uma série de procedimentos de emergência que adquiri sem perceber numa vida de contato diário com o mar. Agrupei, quer dizer, consegui me fechar feito um tatu-bola. Ou um feto. Melhor: um ovo. Saturno é o finalizador de ciclos, ele traz a sabedoria retrospectiva que vem junto com a velhice, a dificuldade, a doença e as trevas. Acho que não devia pensar assim, mas o caldo me jogou na região das sombras infernais, no caos primitivo em que as sementes de todas as coisas estão confundidas e misturadas, que me arrasta como e para onde quer, e que torna qualquer decisão pesada como o chumbo que recheia as pranchas curtas dos big riders. Maraü disse ainda que nesta nova fase eu deveria rejeitar a casca e tomar o núcleo, purificar-me três vezes com o sol, o sal e a água, e que isto seria facilitado, pois Saturno viu o seu rosto refletido no espelho de Marte.

O filme passando na cabeça é conhecido, mas parece a biografia de várias pessoas que viviam em mim de forma independente; o primeiro campeonato que venci aos sete anos em Macaé, a saída de casa aos treze, o começo no profissionalismo, o logo do patrocinador, a estréia cabulosa no Qualifying em Todos Santos, daí, só pauleira: Backdoor, Off the Wall, Mentawai, Jaws, Padang, Puerto Escondido, J-Bay, Pico Alto, Lacanau... um carrossel de imagens nítidas, mas sem as emoções correspondentes. Será que já era, fui? Um estado suspenso? Regredi para o grumo original, o corpúsculo de possibilidades que ainda não sabe se vai germinar, um ovinho sendo turbilhonado por uma lavadora de roupas do tamanho de um prédio de seis andares. Achei o ninho do Simurgh, aqui, na barriga da baleia, as memórias explodem na mente: a caminhada fulminante no acesso ao W.C.T., alinhar nas baterias dos top 45, tocar na banda do Kelly, o casamento na Califa, as drogas, o seqüestro da irmã, a separação. Mas eu devia me preocupar só em manter a apnéia e não pensar nisso agora.

Apenas ficar ligado no presente, passado e futuro são Maīa, ilusões criadas para distrair ou sofrer. É preciso praticar a aceitação resignada, incorporar completamente a passividade e a compaixão plena ― o vazio serve de ponte entre o vácuo e a potência total. A rainha da série me pegou, quando ela parar, precisarei de forças para nadar. Om.

O Pacífico, imensidão desesperadora de tanto azul, me ensinou que qualquer pedaço de terra está no topo de uma cordilheira que se ergue do fundo dos oceanos. Terra, o planeta-mar. O Tahiti é uma dessas montanhas, situada pouco acima do paralelo 20 Sul na Polinésia francesa; uma ilha vulcânica em forma de oito inclinado, na ilhota menor, a sudoeste, fica Teahupoo. Os locais pronunciam ‘tchôpo’ e avisam logo: cuidado com a esmagadora de crânios. As mãos de Maraü preparam suco de noni, uma espécie de fruta-pão nativa que cura tudo, até o veneno do peixe-agulha. O tubo é o satori, a manifestação da divindade no surfe: inspirar, entubar profundo e sair limpo na espuma. Teahupoo é sonho e pesadelo dos surfistas: reef break de esquerdas rápidas, fortes e tubulares que “sugam o chão” do mar, arrebentando numa bancada rasa de corais afiadíssimos. O Teco, com o lash preso nas pedras, vivendo aqui o pior inferno dele.

Agonia e êxtase. O perfume misturado de sangue e de tiare, a gardênia tahitiana; será o meu destino abraçar Iemanjá nos mares do sul? Justo agora que me casei de novo, e o primeiro filho dorme sussu na placenta na minha terceira mulher? Nunca fui um casca-grossa, fui criado na marolinha; quando mudei para Saquarema, respeitei aquelas ressacas nervosas, em Mavericks, Califórnia, conheci o terror. Morar lá, não fez do merrequeiro, especialista em manobras aéreas, um domador de titãs. Não, não devia pensar nisso agora. Há dois anos, quando voltei a competir e as contusões seguidas mostraram que já não agüentava a puxada competitiva, cheio de contas a pagar, encarei a parada do tow in e pedi abrigo na confraria dos caçadores de gigantes. Rebocado por jet ski, pude descer umas bombas que a remada no braço não teria velocidade para me colocar dentro. O falecido Mark Foo é que disse: quem quer pegar as maiores ondas, tem de estar preparado para pagar o maior dos preços.

Vacilei na saída do tubo, um erro cabaço, perdi visibilidade com a baforada, aquele suspiro que sopra do ventre da onda antes de se fechar. Saí da linha no solavanco, essas morras não têm a superfície lisa, e é por isso que a prancha leva lastro e os pés ficam presos como no snowboard. De repente a casa está caindo, um terremoto vai derrubando quartos, paredes, escadas, corredores e, lá no fundo, a gente vê uma única rota de fuga, só alcançando esta saída é que poderemos escapar da casa ruindo. Sair do tubo da onda é como nascer. Se emergir deste caldo, nasci de novo. Ninguém sabe o que uma onda realmente é; ela dura os poucos segundos de um sonho, dentro dela o tempo se dilata e acelera em momentos-século, e cada instante que chega é um paradoxo que altera os que o antecederam. Dizem que o Universo tem ondas, dobras nas quais se depositaram por gravidade os sóis, as galáxias, os asteróides, os planetas e... nós, poeira de estrelas. In utero. Agora estou preenchido de uma alegria juvenil, uma brancura silenciosa me envolve, experimento o nada, antes de todo e qualquer nascimento ou começo, sinto que estou na primeira fase da luta contra a morte, a entrada no invisível. Não sei mais o que está no alto ou em baixo, onde está a esquerda ou a direita; estou retornando para o zigoto, quatro, oito, dezesseis, trinta e duas, sessenta e quatro células, uma mórula, os pólos animal e vegetal, a boca, o ânus, a gástrula, um cordão vertebral, uma noite tépida e feliz, feita de uma matéria clara e envolvente que une o ar e a água, o céu e a terra, uma imagem cósmica, ampla, imensa, suave.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

Através da alma


Todos acham que o coração é que revela a alma do indivíduo+ é o olhar ...um olhar exprwessa + que mil palavras....de uma única vez...As vezes parecem tsunamis reais em nossa cabeça

peixinho


Se eu fosse um peixinho... no fundo do mar" eu tirava todos voces desse emaranhado de pensamentos que consomem voces no dia a dia"...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

o corpo é uma imagem do inconsciente


Informe saúde: o papel da imagem inconsciente do corpo
e a origem das neuras

a principal causa de desencontro entre o narcisismo da imagem do corpo da criança e seu esquema corporal (idade fisiológica), é notadamente quando o desejo libidinal oral de pegar, de saber e de compreender, e o desejo anal de fazer, agir, de experimentar, despertam na instância tutelar uma reação tão erótica ou tão recalcada (p.ex.: uma culpa enfiada no seu super-eu infantil). a mãe tomada de angústia, associa uma reação expressiva mais ou menos controlada, da qual a criança percebe sempre o `não dito´: olhares de desprezo, atitudes hostis, rupturas, palavras de censura que ela acredita serem educativas.

entretanto, a criança não tem sequer a oportunidade de recorrer ao fantasma do prazer arcaico; se for consolada pela mãe, pode reconciliar-se consigo mesma, identificar-se por introjeção com a mãe acolhedora para o bebê ainda impotente, o qual ela sabe acalmar. se por outro lado, a criança não for mais “amada”, for censurada e, se esta mãe aos olhos da criança, tem razão, numa identificação secundária com o agressor, tanto pior: ela está então submetida à introjeção de emoções insólitas, sem representações, ou por vezes uma representação de censura severa que pode se estender inclusive aos domínios do patronímico. surge então no inconsciente os efeitos da pulsão de morte, que investe contra as zonas erógenas do corpo provocando anorexias, vômitos, encoprese, enurese e insônia.

na clínica, encontramos pais e mães se acreditam “alvos”, como se tratasse de revide das criança que eles pretendem adestrar. quanto mais a criança apresenta os sintomas, mais eles querem adestrar: uma situação libidinal dramática, perversa: humanos que só podem destruir! a criança perde até a sensibilidade de suas sensações esfincterianas distintas, de suas sensações do trânsito intestinal, fica totalmente entregue às pulsões de morte, já que sua imagem de base, a mais fundamental, é associada à mãe e está ligada à vida e à morte. se da mãe apenas emergem signos de repulsa e recusa, se dela não brota mais nenhuma característica de vida para o espírito e o coração, então, para o corpo que não pode viver sem espírito e sem coração, ela se torna morte. A morte-mãe se torna a referência anti-existencial e existencial simultaneamente.[1]

estas crianças chegando no limite do vivente: sendo sujeitos extremamente inteligentes, não podem mais engolir, não podem mais mastigar: sua anorexia, que é uma falta generalizada do desejo de amar, do desejo de desejar, do desejo de trocar, é particular e psicótica. todas as crianças psicóticas entram em estado crônico que pode ser atravessado por atitudes bizarras passageiras do corpo que não podem ser ditas de outra forma. a criança psicótica fica refém de pulsões insólitas provocadas por fantasmas, acontecimento real ou pulsões agressivas contrarias à instância tutelar. em geral as pulsões de morte do sujeito do desejo são localizadas nas zonas erógenas. a única maneira de lutar contra a angústia com relação aos pais de hoje, é de se refugiar nas lembranças de seus pais de ontem, de um mesmo dele arcaico. podemos dizer que se trata de um processo de autismo, de uma defasagem em relação ao resto do ritmo de vida relacional atual, de sua imagem existencial; daí o retorno a certos componentes da imagem do corpo da criança que não pode permanecer focalizado em seu esquema corporal de hoje, e fazer corresponder a isto a manifestação de seus desejos de sujeito.

Pedrinha na mão

Os poucos críticos que ainda pensavam a obra de Lygia Clark quando ela se declarou psicoterapeuta, aceitaram a explicação sem contestação. Ela partiu da criação pictórica no plano (telas) para formas autônomas (os “Bichos”), e então o objeto se tornou interativo com o espectador, - melhor dizendo, o participante; que em dado momento, deixa de precisar do objeto. O principal estava na interação entre o participante e o objeto, que vai se tornando mais e mais como um acessório de palco do que qualquer outra coisa. Então isso é muito lógico. Ela passa por um limiar quando decide fazer disso uma espécie de cura ou alguma coisa. Ela diz: “não troquei a arte pela psicanálise, desde que pedi a participação do espectador, que foi em 59, daí por diante meu trabalho exige a participação do espectador; meu trabalho foi sempre me conduzindo para outro experimentar, não só para vivência minha. Por ora, tenho a consciência de que meu trabalho é um campo experimental, rico em possibilidades e é só. (carta). Com os “Objetos Relacionais” ela chega ao ponto mínimo da materialidade do objeto: ele é apenas a encarnação da transmutação que se operou no sujeito. Saquinhos de plástico e pano contendo água, areia, ar, isopor; tubos de borracha, mel, conchas convocando o desmanchamento do contorno, o desregramento da imagem corporal. Uma viagem intensa para além da representação. Lygia deixava por prudência, uma pedrinha nas mãos do receptor para que ele pudesse, a exemplo de João e Maria, encontrar o caminho de volta. Volta para o familiar, a imagem, o humano – a prova de realidade de seu ritual. Ela propunha uma vivência na fronteira

[1] Sem contar que em francês, mort (morte) e mordre (morder) se inscreve na imagem do corpo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

nuvens desenhando nuvens


Ilustração de M.C. Valente
lua com nuvens

o rio manchado

a cheia imensidão



no pântano

insolúvel dos teus olhos

sombras e desertos



o ipê sem cambacicas e saís

voam tesourinhas e siriris

o cupim apanhado no vôo



mp3, software livre, broadcast yourself

privacidade bisbilhotada

weave web 3.0

terça-feira, 9 de junho de 2009

Vizinhos, de Norman Mc Laren, 1952


autor: Norman McLaren (Canadá), 1952. técnica: stop motion

Little Nemo, uma animação feita há quase 100 anos...


autor: Winsor Mccay, data da animação: outubro de 1910

animações caseiras/ escolares: stop motion> batendo em michael jackson

;;; (esses filmes travam só na minha internet ou quase não dá pra ver mesmo?)
Este aqui é mais um vídeo feito pelos alunos. Só que este, usa de fotografias para compor os quadros, a velha e boa stop motion. O conteúdo aqui é meio violento... mas muito cheio de humor também.

animações caseiras/ escolares: Príncipe x Dragão


No Colégio Viver, onde trabalho, no ano passado, desenvolvemos um projeto muito rico: o de desenvolver animações com os alunos do sétimo ano (que tem entre 12 e 13 anos de idade).
Todos nos divertimos muito, apesar do trabalho árduo.
Confira algumas "pérolas" aqui.

terça-feira, 2 de junho de 2009

sábado, 30 de maio de 2009

não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo





Querida Valentina,

Se você está lendo estas linhas, então já sabe que traí miseravelmente a sua confiança e estou respondendo, talvez da pior forma possível, ao que me disse em nossa última conversa. Pese a meu favor o fato de a haver prevenido que faria de você personagem de uma história que ainda não escrevi, e que talvez nunca escreva, como tantas outras coisas que lhe prometi sem saber se poderia cumprir. Você sempre soube no fundo que isto tinha o potencial de vazar para além dos muros da nossa intimidade singularíssima; da sua parte, espero apenas o perdão, da minha, ofereço o mais candente esforço e sinceridade de que sou capaz. Não sei dizer o que para mim foi pior no seu desabafo: ser atualizado nas indignas/heróicas viravoltas da sua relação obsessiva com o Mr. M., ou escutar o horrendo adjetivo que você se autoaplicou: “migalheira”. Mulher migalheira, como tantas outras que há por aí, foi o que você disse. Arrepiante, preocupante mesmo, a ocorrência de dois absurdos na mesma frase: nem você é igual a tantas ou poucas que por aí andam, nem, o que é muito mais importante, se trata de migalhas, mas do exato oposto essa sua história com M.! É humilhante demais. Mandando às favas o meu orgulho, tenho que lhe dizer, a bem da verdade, que esse seu namoro porno-sado-masô é o sideral oposto do pedaço, da migalha, é, antes, sinal de uma imensa fome de absoluto, de um desejo de transcendência descontrolado; o que vocês vivem dista anos-luz do trivial, é uma ligação tão incomum e rara na intensidade que consome tudo à sua volta. Até a capacidade de auto-ironia, até a sua tão preciosa saúde, minha querida. Sei do que estou falando porque escrever é viver essa mesma oximorosa condição: eu sento aqui diante da folha em branco e acredito que me sento à mesa dos deuses, dos anjos, dos reis, mas acabo a noite de quatro, como um vira-lata, a disputar com os sabujos dos empíreos os restos corrompidos que caíram da mesa onde circulava a ambrosia e o hidromel. Não pense que me escapam as contradições em que vou incorrendo ― não estou preocupado com a coerência, estou preocupado com você ―, cara mia, ter a honra de conviver na época de uma grande mulher é ser testemunha histórica de um colossal, maravilhoso, equívoco de carne e osso. Eu sou o seu espião. Você me convidou a isso, como fez de M. um hacker psicossexual entregando-lhe cegamente todas as senhas do corpo e da alma. Ah, como gostaria de vociferar em prosa chula a pusilanimidade dele ― um homem que não tem a coragem de amar a mulher que deveras ama; mas sei, por experiência própria, que a servidão que lhe assujeita agora é a pior de todas: aquela que faz parte do próprio sangue, a que faz de nós aquilo que somos num deslugar noturno do ser. A verdade é que M. usa com habilidade um segredinho sujo do malestar civilizadinho, a verdade é que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda, no jogo do amor, um homem “vale” mais que uma mulher, mesmo sendo um homenzinho cagalhão e looser, mesmo sendo um alumbramento de mulher como Valentina. São as malditas, hipócritas, escrotas regras do jogo social de ontem, hoje e sempre, que garantem que uns lucram, outros são lesados e todos perdem, porque sobre a primeira expropriação se apóiam todas as outras, porque uma dominação engendra a outra, porque, enfim, uma sociedade de libertos seria uma grande ameaça para a estabilidade da globalização, da contemporaneidade ciniquinha e limpinha. E também porque, amiga, apesar de o mundo ser o que é, não podemos simplesmente aceitá-lo pelo valor de face, como não posso simplesmente deixar de sofrer ao vê-la vivendo na pele dessa heroína às avessas, essa identidade secreta, espécie de existência paralela feita de espera vã e epifanias aflitas. Sim, você ouviu bem, eu lhe disse que essa intimidade é tóxica, voragenta; você piscou para o abismo e ele lhe escancarou a goela puante, as insaciáveis fauces. Valentina, darling, pode ser que a vida não seja nada disso que estou lhe dizendo, não me ouça, não lembre das minhas palavras, mas por favor não desista da sua beleza, da indomável liberdade que há nos seus cabelos, nunca deixe de visitar os jardins do mundo delirante onde vivem os Predicados e as Essências, onde tantas vezes adivinhamos os passos um do outro a correr nas caminheiras. Não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo, vero, mas não se pode viver sem um sonho assim.
Bjs,

quinta-feira, 21 de maio de 2009

a paixão carambola os substantivos com os adjetivos


a má arte
(cedo ou tarde)
se revela
arte do mal

a poesia não precisa
ser justa
sincera ou veraz
não precisa nem ser boa

porque a arte
coitada
não é boa, má
nem coitada

nós
somos maus e bons
em variável indeterminada
razão

amar é tão
difícil
quanto a maldade
é simples

sou apenas um peixe
estouvado
uma partícula de tempo
uma pequena coisa doendo

na multidão

terça-feira, 19 de maio de 2009

I feira de saude mental e economia solidaria

“A necessidade de inclusão de produção da vida material pelo trabalho é um aspecto fundamental das relações sociais e diz respeito aos direitos de cidadão dos usuários dos serviços de saúde mental” (Desafios para a desinstitucionalização: censo psicossocial dos moradores em hospitais psquiátricos do Estado de São Paulo. Secretaria Estadual de Sáude/SP).
No dia 23 de Maio (sábado), como parte da Semana da Luta Antimanicomial, a Rede de Saúde Mental e Economia Solidária do Estado de São Paulo irá realizar a I Feira de Saúde Mental e Economia Solidária.
A I Feira de Saúde Mental e ECOSOL tem como objetivo ser um espaço de sociabilidade, exposição e comercialização de produtos e serviços dos projetos de trabalho e renda e empreendimentos econômicos e solidários, dos trabalhadores e trabalhadoras, usuários da Rede de Saúde Mental do Estado de São Paulo. A I Feira contará com a comercialização de produtos de 25 projetos de trabalho e renda de diversas cidades do Estado de São Paulo.
A I Feira contará também com diversas apresentações culturais e a IV Parada do Orgulho Louco, visando um dialogo com o conjunto da sociedade para mostrar as potencialidades criativas e produtivas dos usuários da Rede de Saúde Mental.
Programação da I Feira de Saúde Mental e ECOSOL:
12:00 - concentração da IV Parada do Orgulho Louco – informações sobre o local na página eletrônica
13:00 - Chegada da Parada do Orgulho Louco na Feira - início
13:30 às 13:30 - música (dj tiago)
13:30 - Ato de Lançamento da Moeda Social Qualquer e fechamento do Ato com o Cordão Bibitantã
14:45 - música e microfone aberto
15:00 - Luis Groove (banda de jazz)
16:00 - DJ Nene
17:30 - dança cigana
18:00 - Ala loucos pela X
18:40 até o final - música (dj tiago)

Maiores Informações: http://saudeecosol.wordpress.com/

Apoios: Conselho Regional de Psicologia-SP, Secretária Estadual de Saúde, Escola de Enfermagem-USP, Associação Franco Basaglia, Associação Vida em Ação e Fórum Paulista de Economia Solidária.

Endereço: Rua Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419 ( Escola de Enfermagem da USP - ao lado do Metrô Clínicas)

domingo, 17 de maio de 2009

moda é arte efemera sobre a pele



IV PARADA DO ORGULHO LOUCO


ARTE EFEMERA SOBRE A PELE


CONCENTRAÇÃO 12:00 DIA 23 DE MAIO


NA DR. aRNALDO COM tEODORO sAMPAIO


SAUDAÇÕES ANTIMANICOMIAIS


VIVA A ANTI-PSIQUIATRIA


sábado, 16 de maio de 2009

criar é delicado, criar é uma grande brutalidade


Chama-se moda a arte efêmera que veste o corpo, a arte é inútil ― eu não quero ser artista, quero ser inútil.

Dadoida: moda feita com/por/entre “mentais” para o mundo inteiro.

Daspu, Daspreta, Dasgorda, Dasdoida, daslucro...

“Wishing love or wishing hell, kiss and tell...”, amar e dar, vestir e amar, despir-se do eu. Doeu?

Fashion solidária, psigótica, caps4.org., moeda social, ecoprática, capitalismo esquizofrênico, labuta anti-manicomial, setor 2 e ½, supra-economia, arte 171, etc., etc..

Dasdoida, Parangolé do Corpo Sem Órgãos, Roupa De Encontrar Com Deus, grife do Inconsciente, Salva-Vidas Infindos Infinitos...

A moda é uma Utopia sem moral, uma utopia impossível, já que, nela, pouco ou nada existe de ideal, definitivo e acabado; nada nela dura para sempre, nem é descartado em absoluto. A moda só é o que é por estar completamente exposta à ação do tempo.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mulher com cigarro, técnica mista



bebi raízes

na carne da montanha

dormi

despido por lençóis d’água

envernizado

na tua sala de estar-mogno

não sou de louça!

não tenho margem de manobra

não tenho quadris, nuca, nádegas

nem clarão fugitivo por onde o sentimento siga no encalço

minha cabeça de edemas

agudos

minha face bolachuda de angosturas

kármicas

sete perguntas quem era

sereia, sirene, verbena

veneris die

simultaneamente doce

instantaneamente morno

entregue às margens que estavam ali

enlaçadas ao vislumbre

da sarça ardente

ao corpo mal contado

e narrativo

ao menos deixa

ao menos por hoje

deitar

na cozinha da tua alma

quinta-feira, 14 de maio de 2009

transformei o meu amor em noite para te dar as estrelas


No amor, a multiplicação do nada: dar o que não se tem

Receber do outro o milagre que ele(a) nunca pôde haver

E, neste comércio de impossíveis, construir o mais louco dos paraísos

Quando jovem corria para o abismo, mesmo porque a neblina me cegava

Hoje, caviloso, poupo moedas para a velhice, sentindo que abraço nuvens

Ando às escuras, bem sei

quarta-feira, 13 de maio de 2009

papel aceita tudo

cachecóis coloridos ....


Nova tendência de moda cachecóis coloridos de linha . Tenho de várias cores todos combinam com meu estilo divertido de ser....

Elefante


Ontém eu vi uma exposição de elefantes totalmente artesanais e diversificadas ...elefantes estão em voga por causa da novela Caminho das Índias + lá faz parte da cultura a preservação da espécie...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

arvoredos


Quando eu vejo as árvores caindo porque não foram bem plantadas ou por que sua dimensão de largura ou de altura não correspondem ao que deveria ser.Eu fico pensativa....por que os paisagistas não desenvolvem um projeto ambiental no qual pensassem em como ou aonde colocá-las em segurança

momentos....


Neste momento... Eu estou fazendo vários xales e cachecóis em ...(ponto segredo).Curtindo minha casa ....e continuo jogando RPG XV....