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domingo, 4 de julho de 2010

Disperdiçando tudo



O indicador de aptidão é uma característica biológica que evolui de maneira específica para anunciar uma aptidão do animal. Não é uma função, como caçar, fabricar ferramentas ou socializar-se, que contribui diretamente para a aptidão, ele serve como uma espécie de metafunção. Instalam-se sobre outras adaptações, proclamando suas virtudes. Moram no espaço semiótico do simbolismo e da negociação estratégica, não no mundo da produção fabril. Isso indica que o desperdício prodigioso é característica necessária da corte sexual. Os pavões enquanto espécie, estariam muito melhor se não tivessem de gastar tanta energia para formar grandes caudas. Mas como machos e fêmeas individuais, têm incentivos irresistíveis para ter a maior cauda que puderem, ou escolher parceiros sexuais com a maior cauda que puderem atrair. Na natureza, o desperdício exibicionista é a única garantia de verdade para chamar a atenção.
É aí que encontramos capacidades desconcertantes, como a inteligência criativa e a linguagem complexa, que apresentam essas grandes diferenças individuais, essa hereditariedade ridiculamente alta e esse desperdício absurdo de tempo, energia e esforço. Quando vemos o cérebro humano como um conjunto de indicadores de aptidão sexualmente selecionados, seu custo elevado não é por acaso. É ele que importa. É o custo do cérebro que faz dele um bom indicador de aptidão. A seleção sexual tornou nosso cérebro desperdiçador a até disperdiçado;
Transformou um cérebro pequeno e eficiente no estilo dos macacos numa desvantagem imensa, faminta de energia, que vomita compotamentos de luxo, como conversa, música e arte.

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